FEDOR
De vez em quando, o eco das palavras proferidas por Luís Filipe Vieira há um par de anos dando conta da sua preocupação com os lugares assegurados pelo clube nos orgãos da Liga, em deterimento dos eventuais reforços do Benfica, faz algum sentido. E faz sentido mesmo para mim que sempre apostei que os jogos se ganham dentro do relvado. De vez em quando, os juízes da Comissão Disciplinar da Liga justificam os enormes esforços do presidente do Benfica para os colocar lá, com eventuais custos no reforço da equipa, com interpretações sempre criativas da lei, quase todas desenhadas para eliminar obstáculos do caminho do clube da Luz. É uma justiça diferente, a da Comissão Disciplinar da Liga. Não se limita a ser cega, o que seria normal: sofre de cegueira histérica, é discricionária e só vê as cotoveladas que muito bem entende ver,. E também é surda, ou pelo menos autista, recusando-se a ouvir e reagindo violentamente contra quem questiona a sua autoridade com recursos e disparates que tais. Basicamente, o que se depreende é que a pena de McCarthy foi agravada por causa das provas apresentadas a seu favor. Faz sentido. E, finalmente, é uma justiça muda. Nunca se explica, talvez porque há coisas que simplesmente não têm explicação. Que justificação pode ser dada para o facto de não haver sumaríssimos durante a primeira metade da temporada? Que explicação criativa teriam para o facto do recurso de McCarthy ter levado 15 dias a julgar e o de Pedro Emanuel pouco mais de um dia? Como nos convenceriam de que é normal agravar uma pena quando o recurso é apresentado pelo réu? Enfim, sobra, em jeito de consolo, o facto de cada comunicado da Comissão Disciplinar da Liga ser uma pérola de boa disposição e sentido de humor. A malta do Gato Fedorento que se cuide com a concorrência: há mais qualquer coisa que fede na... comédia portuguesa.
in "O Jogo"
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