Samba enredo
Afinal, os brasileiros não são exactamente a oitava praga do Egipto. Aqui há uns meses, com o FC Porto a atravessar evidentes dificuldades para encontrar um fio de jogo coerente, não faltavam profetas a berrar, no deserto de ideias que transforma tudo o que dizem numa seca, que a culpa era dos brasileiros. Depois dos rios de sangue, da chuva de rãs, depois dos mosquitos, da peste e da pestilência, depois do granizo e dos gafanhotos, os brasileiros eram a última e derradeira praga. Afinal, percebe-se agora que nem todos os brasileiros são maus. Há alguns que até são bons e vêm por bem, valha-nos Deus e as Almas Santas. E como se estabelece a diferença entre um bom e um mau brasileiro? Normalmente, e considerando a velocidade a que continuam a chegar ao futebol português, o processo poderia ser complicado e exigir a presença de um exorcista, mas descobrimos uma maneira simples de separar o trigo do joio: os brasileiros do Benfica e do Sporting são bons; os do FC Porto são maus. Os primeiros são certezas, os outros são riscos; os primeiros são mais-valias, os outros mais valia não serem. Enfim.
O Sporting e o Benfica têm-se reforçado mais como podem do que como querem neste defeso, por entre as loas do costume à sagacidade dos respectivos gestores. E o que descobriram esses génios? Que os bons jogadores brasileiros são muitos e baratos, enquanto os europeus são poucos e caros. E é vê-los a comprar brasileiros, uns atrás dos outros, como se não houvesse amanhã. Na verdade, há bons e maus jogadores brasileiros, como há bons e maus jogadores portugueses, ingleses, noruegueses e até paquistaneses. Sim, paquistaneses. Mas antes de traçar sentenças, convém perceber o que valem de facto, avaliando os jogadores e não as camisolas que vestem.
In "O Jogo"
JORGE MAIA
O Sporting e o Benfica têm-se reforçado mais como podem do que como querem neste defeso, por entre as loas do costume à sagacidade dos respectivos gestores. E o que descobriram esses génios? Que os bons jogadores brasileiros são muitos e baratos, enquanto os europeus são poucos e caros. E é vê-los a comprar brasileiros, uns atrás dos outros, como se não houvesse amanhã. Na verdade, há bons e maus jogadores brasileiros, como há bons e maus jogadores portugueses, ingleses, noruegueses e até paquistaneses. Sim, paquistaneses. Mas antes de traçar sentenças, convém perceber o que valem de facto, avaliando os jogadores e não as camisolas que vestem.
In "O Jogo"
JORGE MAIA
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